Anedonia é definida pela redução acentuada do interesse ou prazer em quase todas as atividades durante a maior parte do dia, todos os dias. Pode-se entender o prazer como produto de três componentes: interesse, motivação e prazer consumatório, cada um desses componentes tem correspondência com redes neurais e neuroquímica diferentes.
Anedonia é um dos sintomas chave para diagnóstico de depressão.
Segundo o DSM5, o diagnótico de depressão requer a presença de ao menos 5 entre 8 sintomas possíveis, com presença de ao menos um sintoma chave: anedonia ou humor deprimido.
70% dos pacientes com depressão experimentam anedonia (Shankman 2014) e sua presença é associada a menor resposta a medicamentos antidepressivos (Rizvi 2016, McMakin 2012), mas não é associada a menor resposta a Estimulação Magnética Transcraniana (Fukuda 2020, poster Clinical TMS Society, n=169).
A escala de Snaith Hamilton mede a capacidade de experimentar prazer ou antecipar uma experiência prazerosa.
A pontuação total nessa escala tem correlação modesta com a pontuação em escalas que medem a intensidade de quadros depressivos, o que indica mecanismos diferentes na produção de sintomas depressivos com ou sem anedonia.
A SHAPS é formada por 14 afirmações que descrevem experiências prazerosas cobrindo 4 domínios de experiência de prazer: interesses e passatempos, interação social, experiência sensorial e alimentação. A cada pergunta o paciente tem 4 opções de resposta cuja ordem e fraseado variam para evitar automatismo nas respostas. Duas opções refletem concordância e sua escolha gera pontuação zero, outras duas opções refletem discordância e geram pontuação de 1, portanto o escore máximo é 14. Escore superior a 2 indica redução perceptível do tônus hedônico e escore superior a 4 reflete redução clinicamente significante de tônus hedônico.
Na publicação original de 1995 os autores autorizaram a reprodução e uso da escala para fins pessoais ou de pesquisa.